Artigo dedicado ao Fisioterapeuta Dailton Alencar Lucas de Lacerda, professor universitário, militante na árdua tarefa de afastar da escuridão da caverna, aqueles que insistem em permanecer na ignorância.
No livro A República, escrito por Platão entre 390 e 370 aC, está descrito o"Mito da Caverna", um diálogo entre o filósofo Sócrates e Glauco - irmão mais velho de Platão - no qual é abordado o tema da natureza humana relativamente à instrução e à ignorância. Desenvolve-se como uma parábola, buscando explicar a concepção platônica do conhecimento, dando valor, tanto ao conhecimento intelectivo quanto ao conhecimento sensitivo. Ressaltando que, pelos sentidos pode-se chegar, no máximo, a formar uma opinião, enquanto que pelo intelecto é produzido o verdadeiro conhecimento universal. Com esse mito, Platão produz uma quebra entre conhecimento intelectual e conhecimento sensitivo, que no homem remonta à sua natureza, corpo e alma.
O diálogo tem início com Sócrates pedindo a Glauco que imagine homens morando em uma caverna escura, acorrentados desde a infância e que somente poderiam permanecer no mesmo lugar e olhar para frente, não podendo mover a cabeça nem o pescoço por causa dos grilhões. Por trás desses homens, uma fogueira fornecia luz, enquanto que, entre o fogo e os homens, passa uma estrada ascendente, tendo ao longo um muro. Desse modo o fogo projetava sombras na parede da caverna e nela eram vistos homens com objetos e animais, ouvindo-se vozes e ruidos , intercalados do silêncio dos que transpunham o muro.
Glauco considera estranho o quadro imaginado, ao que Sócrates assevera: " Assemelham-se a nós", complementando que, os habitantes da caverna atribuiriam realidade somente ao que era visto e escutado das sombras projetadas na parede.
Em seguida, Sócrates sugere a libertação de um desses prisioneiros da caverna, que é levado à luz, saindo da condição escura da ignorância. O primeiro passo do homem liberto é bruscamente afetado pelo deslumbramento, que o impede de ver os contornos reais do que antes era sombra. O liberto aos poucos vai se adaptando a nova situação e ao lembrar-se dos antigos companheiros, fica alegre com as mudanças ocorridas, já que ele agora conhece a verdadeira realidade, não sendo mais escravo da ignorância e, sente pena dos que ficaram naquele lugar escuro.
Sócrates, nesse ponto do diálogo, pede a Glauco que imagine agora o homem liberto da ignorância voltando à caverna, e sentando-se no mesmo lugar que antes ocupava ao lado dos antigos companheiros. E pergunta: "Não estaria o homem com os olhos cheios de escuridão depois da exposição ao sol? E isso não provocaria riso nos antigos companheiros, por ter estragado a vista; não valendo a pena tentar subir até lá?".
O "Mito da Caverna" pode ser interpretado tanto do ponto de vista epistemológico, ou seja ,pelo estudo da origem e do valor do conhecimento humano, como foi dito no início, quanto do ponto de vista político. Permanecendo, portanto, perfeitamente aplicável aos dias atuais.
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No livro A República, escrito por Platão entre 390 e 370 aC, está descrito o"Mito da Caverna", um diálogo entre o filósofo Sócrates e Glauco - irmão mais velho de Platão - no qual é abordado o tema da natureza humana relativamente à instrução e à ignorância. Desenvolve-se como uma parábola, buscando explicar a concepção platônica do conhecimento, dando valor, tanto ao conhecimento intelectivo quanto ao conhecimento sensitivo. Ressaltando que, pelos sentidos pode-se chegar, no máximo, a formar uma opinião, enquanto que pelo intelecto é produzido o verdadeiro conhecimento universal. Com esse mito, Platão produz uma quebra entre conhecimento intelectual e conhecimento sensitivo, que no homem remonta à sua natureza, corpo e alma.
O diálogo tem início com Sócrates pedindo a Glauco que imagine homens morando em uma caverna escura, acorrentados desde a infância e que somente poderiam permanecer no mesmo lugar e olhar para frente, não podendo mover a cabeça nem o pescoço por causa dos grilhões. Por trás desses homens, uma fogueira fornecia luz, enquanto que, entre o fogo e os homens, passa uma estrada ascendente, tendo ao longo um muro. Desse modo o fogo projetava sombras na parede da caverna e nela eram vistos homens com objetos e animais, ouvindo-se vozes e ruidos , intercalados do silêncio dos que transpunham o muro.
Glauco considera estranho o quadro imaginado, ao que Sócrates assevera: " Assemelham-se a nós", complementando que, os habitantes da caverna atribuiriam realidade somente ao que era visto e escutado das sombras projetadas na parede.
Em seguida, Sócrates sugere a libertação de um desses prisioneiros da caverna, que é levado à luz, saindo da condição escura da ignorância. O primeiro passo do homem liberto é bruscamente afetado pelo deslumbramento, que o impede de ver os contornos reais do que antes era sombra. O liberto aos poucos vai se adaptando a nova situação e ao lembrar-se dos antigos companheiros, fica alegre com as mudanças ocorridas, já que ele agora conhece a verdadeira realidade, não sendo mais escravo da ignorância e, sente pena dos que ficaram naquele lugar escuro.
Sócrates, nesse ponto do diálogo, pede a Glauco que imagine agora o homem liberto da ignorância voltando à caverna, e sentando-se no mesmo lugar que antes ocupava ao lado dos antigos companheiros. E pergunta: "Não estaria o homem com os olhos cheios de escuridão depois da exposição ao sol? E isso não provocaria riso nos antigos companheiros, por ter estragado a vista; não valendo a pena tentar subir até lá?".
O "Mito da Caverna" pode ser interpretado tanto do ponto de vista epistemológico, ou seja ,pelo estudo da origem e do valor do conhecimento humano, como foi dito no início, quanto do ponto de vista político. Permanecendo, portanto, perfeitamente aplicável aos dias atuais.
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Caro Geraldo.
ResponderExcluirSou um leitor assíduo do seu blog. Fico honrado e lisongeado com a dedicação do seu artigo. Isso só nos motiva a continuar o debate: o que queremos para a Fisioterapia?
Ficar na caverna vendo as "sombras" (saúde como lógica de mercado; formação nessa mesma lógica; “visão míope” da fisioterapia, fragmentada, focada na doença, nas especialidades, na hospitalização, descontextualizada da saúde universal, integral e equânime; exploração, precarização, assédio moral, autoflagelo, autofagia e "prostituição" profissional; ou, tentar sair para a "luz" (saúde como bem social – “...direito de todos e dever do estado”-; defesa radical do SUS; formação integral, multi, inter e transdisciplinar, para atender as demandas sociais de saúde da população; profissional fisioterapeuta compreendendo as determinantes e condicionantes do processo saúde-doença; organização, empoderamento e autonomia político-profissional, etc., etc., etc....).
É isso aí companheiro, a luta continua! (parece clichê, mas tá bem atualizada pra nossa situação, não achas?).
Abraços,
Dailton ("cabra" de Coremas-PB)
Caro Daílton,
ResponderExcluirVerdade:"Via ascendente que aproxima o homem ao logos".(Heráclito).A dedicatória é tão verdadeira quanto o comentário do "cabra" de Coremas-PB. É necessário que a verdade venha à tona, por meio dos próceres da Fisioterapia,entre os quais nos incluimos,sem falsa modéstia.
A luta continua!
Não ao Ato Médico!
Um grande abraço, Geraldo Barbosa
Geraldo verdadeiramente um texto que escancara a mente, e que nos faz pensar. Coisa que muita gente não está praticando;Pensar, parabéns!
ResponderExcluirAh, o endereço do meu blog continua o mesmo:wwwmeussketch.blogspot.com
Abraços!
Caro Adriano,
ResponderExcluirAgradeço sua visita ao Blog e suas elogiosas palavras quanto ao texto.Isso nos fortalece e permite que continuemos na luta.
Ontem passei pelo seu blog, e ví que a série de desenhos nos ônibus continua com muito fôlego. Foi uma boa ideia manter o mesmo endereço.
Um grande abraço, Geraldo Barbosa
Quando recebi seu e-mail referente ao seu blog, primeiramente pensei: "deve ser mais um entre tantos outros que vejo sobre a fisioterapia".
ResponderExcluirHoje, ao ler pela primeira vez a sua última postagem, gostei muito da forma com que escreveu e abordou o assunto. Então, resolvi dar uma fuçada em alguns temas, como este sobre filosofia.
Confesso que fiquei surpreso e muito contente em saber que tenho um colega de profissão com tamanha capacidade.
A forma como abordas os temas é bastante interessante. As publicações sobre filosofia trazem à luz o entendimento sobre termos, conceitos e idéias dentre outros e isto, no meu entendimento, você tratou muito bem.
Não deixe de escrever sobre filosofia, e se puder, relacione com ela temas de fisioterapia, acho que esta é uma excelente forma de credibilizar e fortalecer a nossa profissão.
Recomendarei o seu blog aos meus amigos e passarei a acompanhá-lo na minha lista de blogs.
Parabéns!
Daniel Arregue, blog: fisioterapiaemterapiaintensiva.blogspot.com
Prezado Daniel,
ResponderExcluircerta vez ouví de um colega Fisioterapeuta, que infelizmente não se encontra mais entre os viventes,o seguinte: " uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco ". Essa frase me marcou e hoje eu a aplico ao conjunto de Fisioterapeutas atuantes no nosso país. É necessário portanto,que sejamos todos o " ELO MAIS FORTE ", como forma de resistência aos embates do cotidiano da nossa querida profissão.
Um grande abraço.
Geraldo Barbosa