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sábado, 31 de julho de 2010

Um conceito filosófico de saúde

                                                                     'A linguagem dá sentido à realidade'



Abelardo, Filósofo francês nascido em Nantes (1079 - 1142) define: "Linguagem é a ponte que une o pensamento às coisas, permitindo, assim, entender todas elas". Outros filósofos, de outros tempos, tentaram desvendar por meio dessa forma de expressão, os mistérios do existir e do ser. Um aspecto singular do existir chama-se saúde. Sobre saúde, buscamos propositalmente nos afastar da visão epidemiológica (científica) da relação com a doença, para travarmos conhecimento com uma experiência vivenciada por um filósofo, mais próxima da antropologia e da própria filosofia. Não pretendemos desmerecer ou ignorar os vários conceitos emitidos, até hoje, sobre o tema, por autores das diversas áreas do conhecimento.

Optamos por escolher um determinado pensador e a sua conceituação de saúde. Trata-se de Friedrich Nietzsche, filósofo alemão (1844 - 1900), talvez o mais preocupado em afastar-se do entendimento comum,  procurando entender saúde de outra forma, por ter sentido no próprio corpo, com intensidade avassaladora, a doença. Tanto que, aos quarenta e quatro anos de idade, prevendo o futuro incerto, escreveu a sua autobiografia filosófica-espiritual, dando-lhe o título "ECCE HOMO" (Eis o Homem).

Nesse livro ele é, como sempre, contundente; fazendo filosofia como costumava dizer, a "golpes de martelo". Deixemos que o próprio autor faça o relato: "Curei-me por mim mesmo, e assim fiquei livre da moléstia. Para que isso aconteça - todo fisiológico deve admiti-lo - é necessário que no fundo se goze de saúde. Um ser verdadeiramente doente não pode curar-se, e muito menos por sí mesmo; para um homem são a moléstia pode ser, pelo contrário, um enérgico incitamento para viver e viver mais intensamente. Assim, realmente se me apresenta agora aquele longo período de enfermidade: eu descobri quase novamente a vida, inclusive eu; degustei todas as coisas boas, mesmo as pequeninas; como outros dificilmente poderiam fazê-lo; eu fiz da minha vontade de ser são, de viver, a minha filosofia"[...]

Ilustração extraída da capa do livro A Gaia Ciência de Friedrich Nietzsche. Martin Claret, São Paulo 2008

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Atualizado em 22/05/2019


2 comentários:

  1. Parabéns Geraldo!
    Gostei do pensamento de Nietzsche sobre a doença para além do plano físico ou científico.
    Isto nos faz pensar sobre aspectos mais profundos da nossa existência.
    Abçs.

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  2. Caro Daniel,
    Obrigado pela participação no Blog e pelo comentário.
    Um grande abraço.

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