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terça-feira, 18 de maio de 2010

Anatomia humana - uma viagem no tempo




Na Grécia antiga encontramos contribuições para o estudo da Anatomia Humana, principiando com Pitágoras até Diógenes. Hipócrátes e seus discípulos acrescentam conhecimentos por meio de observações ocasionais. Por sua vez, Aristóteles dedica parte dos seus estudos aos animais, possibilitando o começo, com critérios científicos, de uma Anatomia Comparada. Galeno propõe uma Filosofia da Natureza e escreve "Sobre o método terapêutico". Sua influência no Ocidente durou em torno de 1400 anos, tendo como contribuição para o estudo da Anatomia nomes de alguns ossos e a exata descrição dos Músculos Interósseos e do Poplíteo, entre outros estudos e trabalhos.

O progresso da Anatomia foi por muito tempo, impedido pela Igreja Católica. Somente com o Papa Sisto IV (século XV) houve autorização para a dissecção de cadáveres nos institutos universitários. Com Clemente VII houve expressa permissão para o estudo e a prática da Anatomia, com fins de ensino, utilizando-se seres humanos. Era então, o início do Renascimento. O estudo da Anatomia, a partir daí livremente evoluiu.

Essa viagem, partindo da Grécia Clássica (600 - 400 a.C.), percorre o tempo e chega aos primórdios dos anos 60 do século XX. Na Cidade do Recife em frente à Praça do Derby, encontra-se o prédio da antiga Faculdade de Medicina, hoje Memorial da Medicina. Na rua lateral, o acesso ao Anfiteatro de Anatomia. Nesse Anfiteatro, estudantes acomodados em seus lugares, com sofreguidão aguardam o começo da aula. Olham todos para a mesa de aço inoxidável, ocupada por um esqueleto esbraquiçado; ao lado do esqueleto há uma caixa alta, de madeira, sem verniz ou pintura, cheia de ossos, que aos poucos o professor arremessa, com precisão, num funcionamento sem falhas; finalmente, todos estudantes são contemplados. O objetivo? Aprender! Aprender, por exemplo que, as vértebras cervicais são todas do mesmo tipo, excetuando-se Atlas e Axis, diferentes entre si e também das outras vértebras. Tendo Axis uma apófise odontóide, conhecida como "Dente de Axis", a qual serve de pivô para a articulação atlóido-axodiana. Aprendizado pelo método direto, ou seja, pelo contato manual com a peça anatômica, para "sentir" concavidades, protuberâncias, facetas articulares e orifícios. No caso de Axis, por um orifício passa e sobe a Artéria Vertebral. Para Telésio (1509 - 1588) o conhecimento humano é essencialmente um sentir. A consciência é uma sensação. Todos concordam?

Outra aula: - Na mesa fria o cadáver, indiferente aos que o circundam. Um forte odor de Formol deixa o ar impregnado, causando uma leve sensação de náusea. Os alunos, de jaleco branco, luvas de látex, munidos de pinça e bisturí, ouvem do professor uma preleção sobre o profundo respeito devido ao cadáver; brincadeiras ou risos são inadmissíveis. Inicia-se a retirada da pele...

Tudo isso, poder-se-ia indagar, é recordação? Sim! Do início do Curso de Fisioterapia, dos tempos idos. Que já não voltam mais. Diria o poeta.



2 comentários:

  1. Adorei Geraldo!! Parabéns pelo blog está maravilhoso!!! Abraços!!

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  2. Prezada Luciana,
    Obrigado pela visita e por interagir com o Blog.
    Estou deveras sensibilizado pelo elogio que me proporciona uma força interior, no sentido oferecer sempre o melhor para os(as) seguidores(as) e visitantes.
    Volte sempre, este é um espaço para troca de idéias e informações.
    Um grande abraço.
    Geraldo Berbosa

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