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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lançamento do Livro " Institucionalização da Fisioterapia"




PERFIL DO AUTOR E INFORMAÇÕES SOBRE O LIVRO

Perfil  do autor

O professor Risomar da Silva Vieira, possui  graduação em História pela Universidade Federal da Paraíba (1985), em Ciências pela Universidade Federal de Pernambuco (1982), em Fisioterapia pela Universidade Federal da Paraíba (1996), e em Biologia pela Universidade Federal da Paraíba (2006). Fez  mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE(2000)com pesquisa em saúde,  e doutorado em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP(2011), trabalhando institucionalização da ciência. Atualmente é associado da Sociedade Brasileira de História da Ciência e da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia.  É docente dos cursos de fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba e do Centro Universitário de João Pessoa. Atua nas áreas de Fisioterapia em Saúde Coletiva, História da Ciência na perspectiva do conhecimento em saúde e na formação de trabalhadores para o setor saúde.

Informações sobre o livro

O livro, prefaciado pelo Fisioterapeuta Geraldo Barbosa, apresenta uma compreensão  do processo histórico da Fisioterapia no contexto internacional e brasileiro, analisando como se deu a  institucionalização desta área do conhecimento em saúde na Paraíba, com os seus desdobramentos. Conforme os conteúdos apresentados, o trabalho se constitui um referencial para a formação em Fisioterapia na Paraíba e no Brasil.

O trabalho encontra-se distribuído em cinco capítulos seguindo uma lógica onde parte-se de uma visão abrangente do processo histórico da Fisioterapia no contexto mundial e brasileiro, seguindo a trilha em direção às especificidades da realidade paraibana.
No primeiro capitulo apresenta a trajetória da Fisioterapia na Europa e Austrália, passando posteriormente pelo continente americano destacando os países mais representativos, conforme os registros pesquisados. Nesse capítulo são  observados e analisados os condicionantes históricos que se fizeram presentes na evolução da Fisioterapia a exemplo dos reflexos das consequências das grandes guerras, das mudanças econômicas e da produção, bem como das grandes epidemias de poliomielite.
No segundo capítulo é tratado o processo de institucionalização da Fisioterapia no Brasil, desde os seus momentos iniciais, passando pelos primeiros cursos e instituições formadoras, até as organizações profissionais e os fatores envolvidos nas transformações ocorridas no decorrer da história da profissão no país.
No terceiro capítulo, estão destacados os primeiros instantes da Fisioterapia na Paraíba, apresentando os primeiros serviços fisioterapêuticos no Estado, bem como a constituição do Centro de Reabilitação Profissional (CRP), do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) no Estado.
Continuando na realidade paraibana, o quarto capítulo é trabalhado o processo de instalação dos primeiros cursos de Fisioterapia no Estado, analisando primeiramente o momento histórico, considerando os aspectos socioeconômicos e epidemiológicos. Em seguida é analisado como aconteceu a criação das graduações nas instituições formadoras, mostrando que fatores favoreceram e dificultaram a instalações dos cursos. É considerado, também, nesse tópico, a construção e o papel das entidades de classe no processo de institucionalização da Fisioterapia no Estado. Além desses temas, observam-se, a partir das fontes, os desafios e as conquistas na formação e no mercado de trabalho do fisioterapeuta, findando o capítulo com o crescimento dos campos de atuação profissional.
Já no quinto capítulo são colocadas as entrevistas dos colaboradores. No processo de construção do  trabalho foram realizadas oito entrevistas com pessoas que são referências para o estudo da história da Fisioterapia na Paraíba, portanto de grande importância para a elaboração desta produção histórica.
E a título de conclusão, o trabalho expõe  algumas considerações sobre o que representa o texto para a realidade da profissão e da formação, apontando o olhar para outros horizontes a serem atingidos, a partir de novas investidas no estudo da história da Fisioterapia.


Data do lançamento: 19 de outubro de 2012

Horário: a partir das 20:00h

Local: Usina Cultural Energisa. Av. Juarez Távora, 243 - Torre
João Pessoa PB

Contato: risomarvieira@gmail.com



sábado, 22 de setembro de 2012

Herdeiros de Esculápio




O livro Herdeiros de Esculápio - História e organização profissional da Fisioterapia (Edição do Autor - Recife: 2009), está esgotado em sua primeira edição, não havendo, no momento, perspectiva de uma segunda, motivo que nos leva a disponibilizar, dividindo em postagens sucessivas o capítulo que dá nome ao livro. Segue abaixo a primeira parte. Boa leitura.


HERDEIROS DE ESCULÁPIO

     Imaginem, leitores e leitoras, um triângulo equilátero com o símbolo da Fisioterapia no centro da figura e, em cada um dos lados desse triângulo as inscrições: Ciência aplicada, Processo terapêutico e Profissão. Observem aí consolidada a tríplice interligação da Fisioterapia como agora a conhecemos. Acontece que nem sempre foi assim, nem a Fisioterapia teve seu começo com os processos de recuperação física dos feridos durante a Segunda Guerra Mundial, como alguns pensam, e até divulgam, parecendo verdade. É necessário, portanto, ir em busca da origem.

            Bertrand Russel no livro intitulado História do Pensamento Ocidental, aponta o roteiro a percorrer:
Na verdade, há duas atitudes que podem ser adotadas ante o desconhecido. Uma é aceitar as afirmações de pessoas que dizem conhecer baseadas em livros, mistérios e outras fontes de inspiração. A outra consiste em sair em busca por si mesmo, e este é o caminho da ciência e da filosofia. (RUSSEL)

            Assim, como fez o poeta latino Virgílio que, apropriando-se da lenda de Enéias, o transformou no primeiro ancestral dos romanos, trazendo desse modo mais brilho e glória para o império, encontramos na Grécia, ainda criança, Egrégio filho de Apolo e Corônis, o personagem Asclépio.

           Sua mãe Corônis era filha de Flégia, rei dos Lápidas, um povo que habitava a Tessália. O nascimento de Asclépio tem todos os requintes da tragédia grega. Filho de um deus, teve sua mãe eliminada a flechadas por Diana, a caçadora – irmã gêmea de Apolo e tia de Asclépio – como punição porque temendo ser abandonada pelo deus, uniu-se a um mortal, filho do rei da Arcádia. Uma versão revela que foi arrancado do ventre da mãe e em seguida abandonado, conseguindo sobreviver devido a uma cabra que o aleitou e a um cão que, como é da propensão natural da espécie, velou por ele. Pertenciam esses animais a um pastor daquelas plagas, de nome Eristene, o qual, sentido-lhes a falta, saiu a procurá-los. Encontrou-os junto ao menino abandonado e surpreendeu-se com o clarão que rodeava o infante. Compreendeu imediatamente o mistério e não ousou seque tocá-lo ou recolhê-lo, deixando-o aos cuidados daqueles predestinados animais.

       O pai Apolo, ainda desesperado com a morte da mulher, a quem rendeu homenagens fúnebres; por arrependimento ou por pressão dos deuses do Olimpo, encaminhou Asclépio aos cuidados do centauro Quirão. Uma espécie de monstro, metade homem metade cavalo, possuidor de boas qualidades porque fora ensinado pelo próprio Apolo e por Diana. Na sua convivência como os homens Quirão havia alcançado notoriedade pelo cabedal de conhecimentos em medicina, na caça, na música e na arte da profecia. Era o preceptor perfeito para um futuro deus, pois o menino trazia em si a divindade, assim como a semente traz em seu interior a árvore.

            Ao levar Asclépio para casa, a fim de sua incumbência, Quirão foi recebido pela filha Ocírroe que saíra ao pátio para encontrá-lo, pois ouvira o estrépito dos cascos no solo pedregoso. Aquele ruído lhe era familiar. Ao ver o menino Asclépio junto ao centauro, percebeu o mesmo clarão que fora visto pelo pastor. Ela então anunciou por conjecturas, como um oráculo, sobre o futuro dele, profetizando a glóculo, sobre o futuro dele, profetizando a gl pois o menino trazia em si a divindade, assim como a semente traz em seu interior ria que alcançaria.


            A partir daí Asclépio foi iniciado na arte da medicina, desenvolvendo à medida em que sua idade avançava, uma habilidade tão grande que, já adulto, porém muito antes da velhice, descobriu o meio de ressuscitar os mortos, diminuindo assim a remessa de almas para os infernos. Tal feito, aliado ao risco com isso alterar a ordem do mundo, provocou a fúria de Hades, deus das profundezas subterrâneas. Os infernos. Hades revoltado, procurou Júpiter e pediu a sumária eliminação de Asclépio, no que foi atendido. Júpiter utilizando raios forjados pelos Ciclopes ataca Asclépio, indefeso diante da divindade maior, cujo domínio abrangia o céu e a terra.

            Asclépio morre e é recebido como um deus no Olimpo. Passa então a ser visto nas noites do hemisfério boreal, sob a forma de uma constelação denominada Ofiúco ou Serpentário. Certa vez atravessou o Mediterrâneo no formato de um enorme ofídeo, ao ser invocado pelos habitantes da península itálica, assolada por uma epidemia que vitimava grande número de pessoas. Lá chegando, o mal se dissipou, ficando a população agradecida pelo feito.

     Devido a essa forma de se revelar aos humanos são emblemáticas as representações do deus com volteios colubrinos, como uma serpente enlaçada em um bastão ou duas serpentes entrelaçadas nesse mesmo tipo de objeto. Asclépio é, além disso, representado por coroas de louro, uma cabra ou um cão. Há discordância porém, quanto a representação das duas serpentes no bastão. Segundo estudiosos da mitologia greco-romana, um erro de interpretação ocorrido na Idade Média, confundiu o símbolo de Asclépio com o Caduceu de Mercúrio, emblema da paz, da prosperidade e do comércio. O deus Mercúrio levava nas mãos um bastão com duas serpentes entrelaçadas - o caduceu - e com ele agilmente conduzia as almas nos infernos e fazia cessar os ventos. 

      Ainda hoje, esta é a representação/símbolo da medicina em alguns países, inclusive na arma de saúde de suas corporações militares. Para os brasileiros a Fisioterapia está representada oficialmente por um raio com duas serpentes verdes entrelaçadas e incrustadas num camafeu de fundo branco, proporcionando um impacto visual de grande força, movimento contido e rara beleza. Nele as serpentes se confrontam e apesar disso permanecem estáticas diante do raio ciclópico, enigmático em sua dualidade, pois ao mesmo tempo é mortífero e potencialmente recuperador da ação do movimento humano, figurando como símbolo da eletrotermoterapia.

(Continua na próxima postagem)