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domingo, 26 de agosto de 2012

A incessante busca pelo conhecimento

A leitura e o fluir das ideias conduzem ao ato de escrever; de súbito, diante da folha em branco surge o texto. Foi assim que, lendo a Revista da Cultura (edição 61 agosto 2012) deparei-me com a entrevista do escritor Ken Follett, 63 anos, nascido em Cardiff no País de Gales, autor de mais de 20 best sellers. Uma frase do entrevistado chamou-me a atenção: " Me interesso pelas coisas antigas, que duram centenas de anos. Gosto muito mais do passado do que do futuro" A empatia foi imediata; descobri no momento da leitura a capacidade de compartilhar dos sentimentos e emoções de outra pessoa, ou seja, o mesmo gosto de escrever sobre o passado, como fiz na reconstituição do mito de Esculápio, revelando que os Fisioterapeutas são herdeiros legítimos do deus greco-romano da medicina e da cura. Tudo isso nos é concedido pela sinergia do Universo.

O gosto pela história e pela mitologia possibilita a quem escreve, trazer, transportar ou conduzir do passado para o presente a concretude e a universalidade das coisas. A gênese "como conjunto de fatos ou elementos que contribuem para produzir algo" explica o presente, que por sua vez edifica pontes para o futuro.

Pondo em paralelo outra linha de pensamento, diferente da de Follett, recorremos a alguém por demais conhecido dos profissionais da área de saúde: o filósofo Foucault. Michel Foucault ( 1926 - 1984 ) também historiador, nasceu na França e dedicou suas primeiras obras à pesquisa médica, sendo as mais importantes: Doença mental e psicologia - 1954, História da loucura - 1960, História da loucura na idade clássica - 1961 e Nascimento da clínica - 1963. Entretanto, na sua concepção de história prefere observar sociedades contemporâneas do que povos primitivos. Por outro lado, na obra Palavras e coisas - 1967 destaca os períodos da história da raça humana em  espaços de tempo compreendidos desde a Renascença aos nossos dias. Tais períodos, no seu entendimento, formam uma espécie de estruturas fechadas e independentes, cuja passagem, de um período para o outro, somente acontece por meio de uma ruptura, que quase sempre nem é percebida pela sociedade.

Formas de pensar diferentes, como por exemplo as que foram expostas, contribuem de certa forma na busca do conhecimento intelectual ou do "distinto entender", conforme terminologia utilizada pelo filósofo alemão Baugarten. Mas, que poder é esse que as ideias exercem e representam para a ocorrência de mudanças pelo conhecimento, é a questão que se coloca. Poder-se-ia então, focando na área específica de interesse, perguntar: concluir a faculdade de Fisioterapia e fazer pós-graduação encerra essa busca pelo conhecimento? Acredito que não, é a minha resposta; pois além do vasto saber técnico-científico contido nessa ciência e profissão, há um universo inteiro por descobrir e conquistar na Antropologia, na Filosofia, na Sociologia, na Política e em outras coisas mais.

Não somente por coerção exterior ou pela perspectiva de seguir uma carreira estável, tampouco por acaso, o indivíduo tem definido o curso da sua formação. Mesmo assim, um único caminho é viável, o caminho que leva ao conhecimento.


Fonte: 
        - Revista da Cultura - Edição 61. Agosto 2012. São Paulo: Public. da Livraria Cultura,    2012.
           -  Massip, Vicente - História da filosofia ocidental. São Paulo: EPU, 2001.


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